Será que a recente redução do IPI beneficiará consumidores?

A redução de IPI foi comemorada pela indústria, mas será que os consumidores vão sentir diferença?

O governo federal decidiu reduzir em até 25% as alíquotas gerais do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). A redução veio por meio do decreto assinado pelo presidente, Jair Bolsonaro (PL), em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), na última sexta-feira, 25 de fevereiro.

Com a alteração, o governo federal tenta estimular a economia. “A redução do IPI se soma às medidas de incentivo à retomada da economia e à ampliação da produtividade que estão em curso no país, contribuindo para a dinamização da produção e, consequentemente, da geração de empregos e renda”, afirma, em nota, o Ministério da Economia.

Conforme as contas realizadas pela equipe econômica do governo, as mudanças adotadas pelo decreto vão refletir em uma diminuição da carga tributária de R$ 19,5 bilhões para 2022, R$ 20,9 bilhões para 2023 e de R$ 22,5 bilhões para 2024.

Impactos para o consumidor

Para alguns especialistas a redução nas alíquotas gerais do IPI devem ser absorvidas pelas empresas e como consequência a medida não terá grande efeito sobre a inflação do país. Sendo assim, os consumidores não devem esperar uma redução equivalente nos preços dos produtos beneficiados.

Logo da cadeia de produção até o momento da venda no varejo, seja para comprar algum eletrodoméstico ou eletroeletrônico, dificilmente o abatimento dos preços será em uma proporção similar a redução das alíquotas do IPI, contudo, existe uma expectativa positiva, mas tímida na vida dos consumidores.

“As empresas estão com margens apertadas há muitos anos, antes da crise de 2020, e a pressão de custos acaba fazendo com que os repasses sejam menores”, disse o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale. “Isso causa impacto fiscal sem realmente trazer alívio relevante na economia.”

Sendo assim, do ponto de vista econômico assim como da população, a redução do IPI se tornou algo muito interessante, tendo em vista a contribuição ao alívio da pressão sobre os preços.

Contudo, a pergunta que deve ser feita agora é se o setor produtivo também repassará a redução do imposto aos consumidores após a perda de tanta margem devido a deterioração econômica ao longo dos anos.

Fonte: Jornal Contábil

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